Papiloscopia Forense: entre a excelência técnica brasileira e os desafios da produção científica no cenário internacional

Autores/as

Palabras clave:

papiloscopia, ciência forense, publicação científica, Brasil, biometria

Resumen

A papiloscopia é, ao mesmo tempo, uma técnica consolidada de identificação humana e um campo científico fundamental para a ciência forense. No Brasil, sua importância é ainda mais evidente, considerando-se a existência do quarto maior banco biométrico de impressões digitais do mundo e o elevado índice de resolutividade em investigações criminais e identificação de vítimas. Apesar disso, a percepção de uma baixa produção científica na área motivou este estudo, que buscou mapear a literatura acadêmica em papiloscopia forense entre 2010 e 2022, com base na plataforma Scopus. A metodologia incluiu uma estratégia de busca abrangente, seguidas de análise e filtragem manual dos dados para assegurar a precisão temática. Foram identificados 1.670 documentos sobre papiloscopia forense, o que representa apenas 1,8% da produção total em ciência forense no período. Os países com maior volume de publicações foram Estados Unidos, Índia, China e Reino Unido, concentrando juntos mais de 63% da produção. O Brasil ocupa apenas a 11ª posição, com 43 publicações, apesar de sua atuação técnica de destaque. A análise das instituições brasileiras revelou uma forte participação da Polícia Federal e das universidades federais evidenciando uma colaboração expressiva entre essas instituições. Os resultados apontam um descompasso entre a prática pericial altamente qualificada e a produção científica no país. Iniciativas recentes do Instituto de Identificação Félix Pacheco da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro apontam para uma possível mudança nesse cenário, com potencial para consolidar a papiloscopia forense como campo de produção acadêmica estruturada no Brasil. 

Biografía del autor/a

  • Stephanie Treiber, Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    Perita Papiloscopista da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Bióloga pela UFRJ com bacharelado em Genética, mestre em ciências e doutoranda em Biociências na UFRJ. É coordenadora e professora da disciplina de Papiloscopia na Acadepol/RJ. É representante da Polícia Civil no convênio de cooperação técnica com a UERJ. É membro ativo da Associação Internacional de Identificação.

Publicado

2025-12-08

Número

Sección

Artigos